Quais mudanças os sebos virtuais causam no mercado editorial?

26 abr Quais mudanças os sebos virtuais causam no mercado editorial?

Se você trabalha no mercado editorial já deve ter percebido que a tendência de sebos virtuais tem crescido a cada ano. Mas, você consegue compreender o que ações como a compra da Estante Virtual pela Livraria Cultura significam, de fato, para o futuro do mercado editorial? Entende o significado de marketplace e como os sebos virtuais e físicos podem se beneficiar da estratégia?

Neste artigo, discutiremos algumas mudanças no cenário editorial e como as empresas do ramo podem se adaptar a elas. Acompanhe!

A compra da Estante Virtual pela Livraria Cultura

Em dezembro de 2017, um dos sebos virtuais mais conhecidos do Brasil, a Estante Virtual, foi adquirido pela Livraria Cultura. Segundo análise de Carlo Carrenho, especialista no mercado, há três análises a serem feitas sobre os motivos da transação:

• Estratégia de expansão: a Livraria Cultura parece ter em seus planos de crescimento de mercado a aquisição de outras empresas do ramo, já que em julho de 2017, ela adquiriu as operações da Fnac no Brasil.
• Marketplace: a Estante Virtual foi o primeiro marketplace de livros do Brasil e sua aquisição pela Livraria Cultura pode ser analisada também como uma oportunidade de entrada nesse mercado, para competir com a Amazon.
• Concorrência: a compra da Fnac e da Estante Virtual permite a Livraria Cultura disputar tanto o mercado de marketplace de livros, quanto o de eletrônicos.

A busca por alternativas

Os sebos estão buscando alternativas para se manterem competitivos e uma forma de fazer de fazer isso é vender seus livros na Amazon. Desde 2017, o site permite que outras empresas do mercado editorial vendam diretamente para os clientes, no modelo de marketplace, que ocorre quando diferentes anunciantes usam uma plataforma para realizar a comercialização de seus itens.

No site, as editoras, distribuidoras e sebos pagam uma comissão de 10% por livro vendido, mas esse valor deve ser reajustado em abril de 2018. Já quem fizer o cadastro como pessoa física, paga apenas R$ 2,00 por venda. Há também uma conta profissional, na qual a mensalidade é cobrada no valor de R$ 19,00 e não há taxa por unidade.

Outra opção seria anunciar no FastGadol, uma plataforma online de livros seminovos e usados que é integrada a diversos outros sites e possibilita uma redução de custos de até 75%. Todavia, o serviço foi comprado pela Estante Virtual em 2017 e não sabemos se seguirá operando, mas de qualquer forma, é possível se cadastrar e vender no próprio site da EV.

A mudança de estratégia dos sebos virtuais

Para os sebos virtuais há basicamente duas alternativas para se manter no mercado: venda de livros novos e inovação de sua plataforma para atuar também no modelo de marketplace. Aliás, antes de ser adquirida pela Livraria Cultura, a Estante Virtual já havia adotado a comercialização de livros novos, o que aumentou em mais de dois milhões os títulos vindo de livreiros, segundo o E-Commerce News.

Benchmarking: no modelo de marketplace da EV, os sebos e livreiros virtuais precisam fazer um cadastro e escolher um plano. O mais barato permite inserir no acervo até 2.000 livros, custando R$ 49 a mensalidade mais uma taxa de 8% a 12% sobre título vendido, sendo a tarifa mínima por pedido R$ 2,00.

A estratégia de vender livros novos já tem sido adotada há algum tempo e a preços bem competitivos — alguns títulos com valores próximos aos de um usado. São produtos comprados em ponta de estoque das editoras ou mesmo em uma transação normal. Essa é uma boa estratégia porque os sebos virtuais podem apostar em obras que não estão exatamente entre as mais vendidas, mas têm público. Ou seja, ganha-se competitividade de mercado, já que as grandes livrarias ainda dão mais espaço a exemplares best-sellers em suas prateleiras.

Como vimos, com as mudanças no mercado editorial é preciso se adaptar. Os sebos virtuais têm menores custos, facilidade na venda, demanda e muita visibilidade na internet, portanto, ainda conseguem se manter competitivos. Para isso, precisam estar atentos às inovações e estudar a dinâmica do setor para atuar em diferentes frentes.

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